segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Santa Casa de Misericórdia de Resende - 175 Anos

Santa Casa de Misericórdia de Resende

Centésimo Septuagésimo Quinto Aniversário de profícua existência

Segundo o historiador Dr. João de Azevedo Carneiro Maia, em 1829 a Câmara Municipal de Resende era presidida pelo padre Joaquim Pereira Escobar e composta pelos vereadores: Bento de Azevedo Maia, Padre José Marques da Mota, Padre Francisco do Carmo Fróes, João Lourenço Dias Guimarães, Antonio Luis Gonçalves e Comendador Fabiano Pereira Barreto.

Quando em uma de suas sessões, apreciaram a proposta, apresentada pelo Padre Fróes, para que se abrisse uma lista de subscrição popular com o objetivo de se construir uma casa de caridade para tratamento de enfermos indigentes.

Para tratar do assunto foi nomeada uma comissão em janeiro de 1830, composta de alguns vereadores e outras autoridades.

Em sessão no ano de 1835, o vereador Padre Joaquim Pereira de Escobar, sugeriu que fosse convidado o Padre Manoel Serafim dos Anjos na cidade de Areias - SP, para ficar a frente da construção. Ele desempenhou tal tarefa com sucesso na obra da Santa Casa daquela cidade. Negro e muito habilidoso se entendeu sobremaneira com os escravos, mão-de-obra do Pio Estabelecimento.

A Santa Casa de Misericórdia de Resende foi inaugurada no histórico dia 25 de julho de 1835, sendo seu primeiro provedor o Padre José Marques da Motta.

Em suas dependências esteve internado e faleceu em 1918 o poeta Luis Pistarini, autor do hino a Resende e de centenas de inspiradas poesias. Aos interessados a informações mais abrangentes sobre este assunto sugerimos o livro: A Saga da Santa Casa de Misericórdia de Resende, do Professor Cláudio Moreira Bento.

Gravura: Pintura a óleo de Geraldo Levasseur França da primitiva fachada da Santa Casa de Misericórdia de Resende; junto e ao lado, a imagem de N. S. da Piedade, a padroeira da Irmandade e do Pio Estabelecimento.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O dia em que Resende foi capital da República Federativa do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro

As festividades do aniversário de Resende, em 29 de setembro de 1928, foi revestida de grande pompa cívica e festiva. Vieram participar das festividades o Sr. Dr. Whasington Luis Pereira de Souza, então presidente da República Federativa do Brasil e o governador deste Estado, Dr. Manoel Duarte, especialmente convidados para a inauguração da Estrada Resende-Riachuelo, ligando Resende à Rodovia Rio-São Paulo.
O cel. Abílio Marcondes de Godoy era o prefeito municipal e o capitão José Gulhot presidente da Câmara de Vereadores.
A obra foi construída com grande empenho do Dr. Oliveira Botelho – Ministro da Fazenda e líder político em Resende e região. A estrada tem 28 quilômetros de extensão, por 6 metros de largura e foi executada pelo engenheiro Tácito Vianna Rodrigues.
“Ao povo – Rezende receberá no dia 29, dentro das suas fronteiras, a Pátria Brasileira concretizada na pessoa do Presidente da República: Resende acolherá no dia 29 o Estado do Rio de Janeiro, representado no seu presidente, (governador).
Resende será nesse dia glorioso a Capital do Brasil e a capital do Estado Fluminense”.
Fonte de consultas: Jornais O Resendense e A Lyra.
Nota: foi observada a grafia da época, a capital da República era a cidade do Rio de Janeiro e Niterói, capital deste Estado.
A recepção pública aos ilustres visitantes e outras autoridades foi realizada na Praça do Centenário, proferida pelo jornalista Alfredo Sodré: brilhante orador, proprietário do Jornal Tymburibá. Venerável da Loja Maçônica Lealdade e Brio, por 14 vezes vereador no cargo de presidente da Câmara Municipal de Resende, foi prefeito (interino) – 1921/22.
Elegeu-se prefeito para administrar a cidade por três anos de 1922 a 1926, mas por divergências políticas com o Governo do Estado, num ato arbitrário teve o seu mandato cassado.
Sodré entrou para a história como o primeiro prefeito eleito pelo voto e o primeiro e único a ser cassado, até os dias atuais. nascido em Niterói/RJ no dia 13 de setembro de 1865, faleceu e foi sepultado em Resende/RJ em 22 de julho de 1955.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Resendenses no Grito do Ypiranga

Quatro cidadãos nascidos e residentes no município de Resende, antiga Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova estavam presentes no histórico e libertador “Grito do Ypiranga”, dia 7 de setembro de 1822. Foram eles: Major Antonio Ramos Cordeiro, Antonio Pereira Leite, David Gomes Jardim, João da Rocha Corrêa.

Todos eles eram membros da seleta Guarda de Honra do imperador dom Pedro I e estavam ao lado do Monarca, as margens do riacho Ypiranga – São Paulo, onde se deu este fato histórico de suma importância para o Brasil.

Com relação ao major Antonio Ramos Cordeiro, que mantinha contato direto com Vossa Majestade, ele viajou da Corte para encontrar-se com d. Pedro I e sua comitiva, junto com Paulo Bergara, oficial da Secretaria do Supremo Tribunal Militar, incubido por José Bonifácio de Andrada e Silva – o “Patriarca da Independência” – pela guarda e translado da preciosa canastra (mala), contendo a sigilosa correspondência endereçada ao imperador.

Portanto estes resendenses assistiram e participaram do histórico brado de liberdade, proferido por dom Pedro I, às margens do riacho Ypiranga, naquela tarde de sábado. A título de curiosidade V. Majestade o imperador tinha o seguinte nome: Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano e Silva. Eis o breve relato do fato histórico:

Havia de ser 4 horas da tarde, mais ou menos. Vinha o príncipe na frente. Saímos ao seu encontro e, diante da guarda, que descrevia um semicírculo, ele estacou seu animal e de espada desembainhada, bradou:

– Amigos! Estão para sempre quebrados os laços que nos ligavam ao governo português! E nos topes que nos indicam como súditos daquela nação, convido-vos a fazerdes assim. E, arrancando ao chapéu que ali trazia a fita azul e branca, a arrojou no chão, sendo nisso acompanhado por toda a guarda, que, tirando dos braços o mesmo distintivo, lhe deu igual destino.

– E viva o Brasil livre e independente!

Ao que, desembainhando também nossas espadas, respondemos:

– Viva o Brasil livre e independente!

– Viva d. Pedro, seu defensor perpétuo!

E bradou ainda o príncipe:

- Será nossa divisa de ora em diante – Independência ou Morte!

Para a honra e orgulho cívico de todos nós, os nomes destes resendenses da Guarda de Honra do Imperador, fazem parte do quadro histórico da Independência do Brasil.

Pesquisa: Claudionor Rosa e Tiago Signorini - Arquivo Histórico de Resende - RJ Fonte do relato do Grito da Independência: http://www.pindavale.com.br/historiasecausos/textos.asp?artigo=28 Quadro: Proclamação da Independência, tela de François-René Moreaux. Museu Imperial de Petrópolis/RJ.