terça-feira, 19 de abril de 2011

Todo dia era dia de índio . . .

19 de Abril - Dia do Índio
Índios Puris – Orgulho e Rejeição

Vez por outra ouvimos alguém com visível euforia e orgulho se identificar como descendente de índio puri e que algum membro de sua família – notadamente a avó – foi pega a laço no mato...

Historicamente pode ser, e até que se prove o contrário foram eles, os Puris, os primeiros moradores desta região, onde depois, por volta de 1744 chegou o bandeirante Simão da Cunha Gago e sua comitiva.

Nômades, os índios chamavam esta vasta área territorial de “Timburibá”, em alusão a uma frondosa árvore nativa do local que lhes servia de abrigo em suas costumeiras andanças levando inclusive crianças.

A freguesia de São Vicente Férrer, depois distrito de Fumaça, era o principal ponto de aglutinação daqueles grupos indígenas.

Existe muita polêmica a respeito do processo de desaparecimento dessa gente em nossa região. No entanto com base no ocorrido em outras partes do Brasil, podemos deduzir que os Puris foram dizimados pela desenfreada cobiça do homem branco, para ficar com suas terras.

Apesar da dificuldade de se estudar, a análise deste tema é imprescindível para se entender a história de Resende. Existem vários pesquisadores, a maioria do Rio de Janeiro procurando aqui informações dos índios. Infelizmente encontram muito pouco, sugerimos as obras do dr. João Maia e Alexandre Mendes, disponíveis na Biblioteca Municipal e no Arquivo Histórico Municipal.

Orgulho e Rejeição”

Quem sabe não nos beneficiaríamos adaptando ao nosso cotidiano as práticas de vida dos Puris, por exemplo: na preservação ambiental e medicina caseira. O saber indígena pode nos ajudar a suprir as carências que o modernismo causou ou ainda não supriu.

Mesmo assim, algumas pessoas não vê sentido em se buscar informações sobre os Puris, que aliás chegam a ser rejeitados por outros. “A nosso pedido, um vereador sugeriu na Câmara Municipal que uma das ruas de um novo bairro da cidade se chama-se Índios Puris. Parte dos moradores não aceitaram e o logradouro recebeu o nome de um artista francês”.

Claudionor Rosa

Diretor do Arquivo

Histórico de Resende

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