quinta-feira, 16 de abril de 2009

A 104 Anos atrás . . .

Naquele histórico dia 16 de abril de 1905, Domingo de Ramos, ás 15 h verdadeira multidão assistiu à inauguração da tão sonhada Ponte Metálica, sob os acordes do Hino de Resende executado pela Banda de Música Santa Cecília. A fita simbólica foi desatada pelo Dr. Nilo Peçanha e o jornalista Alfredo Sodré, orador oficial da solenidade. A ponte foi benzida pelo Cônego Bulcão, vigário da Igreja Matriz e Associação Religiosa Sagrado Coração de Jesus. A seguir foi servido o banquete com cem talheres, no Palacete Paula Ramos, Praça do Centenário, residência do Dr. José Idelfonso de Paula Ramos. À noite realiza-se requintado baile nos salões da Câmara Municipal, na época instalada no Paço Municipal. Recebeu o nome de Nilo Peçanha em homenagem ao então governador do Estado Fluminense, que veio com a sua esposa Anita Belisário e outras autoridades oficializar a inauguração, sendo recepcionados pelo deputado Dr. Oliveira Botelho, vereadores e outras autoridades. Vereadores 1904 – 1906 (triênio) – Dr. Francisco Chaves de Oliveira Botelho, Cel. Antonio Jacinto Pereira Souto, Narciso de Carvalho, Major Bento de Barros Lyra Souto Maior, Diocleciano Guimarães, João Ourique Ferreira Aguiar, Cândido de Araújo Neves, João Lopes Salgado e Antonio Menandro da Silva. Naquela ocasião festiva saudada por muitos fogos de artifício, entre outras curiosidades a menina Graciema, depois a nossa primeira vereadora em 1946, se perdeu na multidão dando um grande susto nos seus pais até ser encontrada, junto a um casal de Barra Mansa que veio para a festa. A nossa história registra entre outros batalhadores para a construção desta obra tão importante para o nosso município, os doutores Oliveira Botelho e Alfredo Whately, este amigo pessoal do Dr. Nilo Peçanha. Trajetória A partir da década de 1950, a situação ficou tranqüila com a construção de novas pontes, para onde foram transferidos os carros. Mesmo assim, e apesar da sua importância, a ponte foi muito castigada, esteve ameaçada de desabar, foi fechada em vários períodos, prejudicando sobremaneira a circulação dos pedestres e o funcionamento do comércio arrastou-se durante longos anos o lengalenga “vão consertar a Ponte Velha”, com muitas promessas, tema de palanques em sucessivas eleições. Como diria o caipira: “não sei pru modi de quê”, mas na década de 1970 foi retirada parte da ferragem, roubando-lhe preciosos e históricos metros de comprimento, pois ela estendia-se até a frente do prédio dos Correios. No final dos anos 80 anunciou-se a sua hora derradeira: o desabamento. Seguiu-se complicado processo de recuperação, com entraves administrativos e políticos. Mas graças à gritaria de algumas pessoas interessadas, com adesão de alunos e professores, a doação de camisetas pelo Jornal de Resende através dos seus diretores Antonio da Cruz Martinho e Arizio Maciel, o movimento “Viva a Ponte Viva”, criado pelo Grêmio Literário de Resende, teve um final feliz. Naquela memorável tarde do dia 27 de setembro de 1989 verdadeira multidão acompanhou junto com autoridades a reabertura da Ponte Velha, oficialmente Dr. Nilo Peçanha.
Fotomontagem de Donizatti
Fonte: ROSA. Claudionor, Folhetim Travessia - 100 Anos Ponte Velha - Resende 2005.

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