sexta-feira, 3 de abril de 2009

Poetisa Narcisa Amália, 156 anos . . .

há exatamente 156 anos nascia a Poetisa Narcisa Amália, grande vulto na história do nosso município e também na história do Brasil:
Nascida em 3 de abril de 1853. Filha de Jacome de Oliveira Campos Filho e D. Narcisa Inácia de Campos. Poetisa e jornalista. Resendense por adoção. Autora do livro: Nebulosas, livro este que a consagrou. Casada em primeiras núpcias com o Sr. João Batista da Silva e em segunda núpcias com o Sr. Francisco Cléto da Rocha. Republicana ardorosa. Faleceu em 24 de Junho de 1924. É nome de rua em Resende na Vila Santa Cecília – Manejo. Os julgamentos são peremptórios: Narcisa Amália foi, na seara das reinvidicações políticos-sociais, a mulher brasileira mais arrojada e audaciosa do seu tempo. Seu proselitismo não se tolhia, entretanto, apenas ao plano deletério das idéias. Foi das mais marcantes sua militância no jornalismo, nas campanhas abolicionistas e republicana, e na defesa intransigente dos direitos mais sagrados da mulher e da sua emancipação. Ouvindo Um Pássaro No recesso de um vale nebuloso Gorgeia um pintassilgo enamorado Ouço-lhe o trino tremulo e queixoso, e assento apaixonado... Como se outra ave enamorada eu fosse! Ao madrigal do pássaro responde, Dentro em minha alma, um límpido gorjeio... É o meu sonho que canta sob a fronde da crença, expanso seio... Aves e sonhos, brisas e luares, Compreendem-se e adoram nos ares! Ó coração de onde deserta o sonho! É desoldo, como um campo santo; Cinge-os nos elos frios um medonho Réptil – o desencantado. Quando ele guia em prantos se abebera, Fogem, voando, o amor e a primavera!... Ai! Da criança, que lhe brinca a porta! Ai, do sedento, que o demande...Mora Na cripta esconsa, da esperança morta, a sombra que apavora. . . Segrega a noite ou nos deslumbre o dia, Constante, a estrige, nos salgueiros pias. Por isso o sonho meu canta cativo. Há longos anos neste cofre d’alma, A essa garganta lúcida e sonoraAtento o ouvido, o olhar no espaço em fora . . .
Fotos: (1) Narcisa Amália com cerca de 50 anos de idade, em bico de pena do desenhista M. J. Garnier, datado de 1906. foi publicado in Sonetos Brasileiros, antologia organizada por Laudelino Freire, F. Briguiet Editores, vol. 3o, pág. 95. (Seção de Iconografia da Biblioteca Nacional)
(2)Narcisa Amália ainda em sua juventude - séc. XIX
Fonte: PEDREIRA, José Rodrigues - RESENDE EM REVISTA - 1975.

3 comentários:

  1. Moro na Rua Narcisa Amália em SP. Adorei conhecer a história dessa mulher guerreira.

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  2. Encontrei na obra de João Oscar que a morte de Narcisa foi em 24 de julho de 1924, e não 24 de junho de 1924. Vocês saberiam me informar alguma fonte segura para eu conferir este dado? Obrigada, Anna.

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  3. Encontrei na obra de João Oscar que a morte de Narcisa foi em 24 de julho de 1924, e não 24 de junho de 1924. Vocês saberiam me informar alguma fonte segura para eu conferir este dado? Obrigada, Anna.

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