segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Semana Santa em Resende . . .

Uma das principais funções desse blog é divulgar as tradições culturais do nosso passado e do nosso presente, como estamos entrando na Semana Santa, vamos apresentar nesse depoimento como era as comemorações desta data no passado e que perduram, algumas, até nossos dias:
Semana Santa Em 1864, o padre Felipe de Mello convoca a população para se comemorar com esplendor o ritual cristão da Semana Santa. Formou-se comissão organizadora: Targínia do Prado Carneiro, Maria Benedita G. Martins, Mariana Sodré Castro Pompéia, e os Srs. Comendadores Francisco Pereira da Silva e Francisco de Paula Abreu Sodré. E, pela primeira vez, a cidade assistiu às cerimônias da Procissão do Encontro e à Procissão da Ressurreição. A Procissão do Senhor Morto, a tradicional “Procissão do Enterro”, foi escoltada por mais de dois mil fiéis e acompanhada pelo pelotão da Guarda Nacional. Os oficiais dessa milícia, em grande representação e as mais graduadas autoridades civis, transportavam, revezando, o esquife. A procissão percorreu a cidade por mais de três horas, acompanhada por três bandas de música. Todos os logradouros estavam iluminados, e, nas casas, as janelas se enfeitavam com toalhas bordadas. Foi assim, a primeira, e talvez, uma das maiores comemorações da Semana Santa que a cidade assistiu. Durante muitos anos, os resendenses assistiram e participaram da grandiosa comemoração da Semana Santa. Foto: Procissão do Encontro A Procissão do Encontro saía na terça-feira, subindo a imagem de Nossa Senhora pela rua Direita (hoje XV de Novembro), enquanto o andor de Nosso Senhor descia da Igreja dos Passos, pela mesma rua, até se encontrarem na Praça do Centenário, em frente ao Palacete. Na praça, o pároco aguardava num púlpito montado para a ocasião, de onde fazia sua pregação. Na sexta-feira da Paixão após a descida de Cristo da cruz, a procissão maior saía da praça com a matraca tocando à frente. Descia pelo Lavapés, passando em frente à Santa Casa onde o pároco abençoava os doentes. Daí subia a Rua do Rosário, virava na Praça do Rosário (hoje Dr. Silveira), descia pela rua Cunha Ferreira entrando, em seguida, na Matriz. Desde as primeiras décadas do século XX, por tradição, o andor de Nosso Senhor Morto era carregado pelos homens da família Godoy e a imagem de Nossa Senhora pela família Carvalho. Da procissão participavam os personagens da Paixão de Cristo – os apóstolos, os centuriões, a Maria Madalena (durante 10 anos Lucy Whately Fortes representou esta figura, mantendo os cabelos compridos até a cintura para sair na procissão), as três Marias Beús com seus véus negros, a Verônica (representada, durante certo tempo, por Laura Villaça, que cantava), as Irmandades do Santíssimo, do Sagrado Coração e as Filhas de Maria. Participavam também todos os colégios religiosos e, por último, a Banda chamada “A Furiosa” com o povo atrás carregando velas acesas. Nas casas, por onde passava a procissão, as janelas eram enfeitadas com toalhas de fino brocado.
Fonte: RESENDE - Memórias de um século que passou
Academia Resendense de História - ARDHIS 1999
WHATELY, Maria Celina/ GODOY, Maria Cristina

Um comentário:

  1. Foi ótimo poder conhecer um pouco desta linda e maravilhosa cidade. A história de Resende merece, realmente, ser lembrada e contada àqueles que admiram as coisas importantes. Não a conhecia, mas fico feliz em poder conhecê-la através destas narrativas e das fotos antigas e recentes. Parabéns!

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