quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

História do Carnaval em Resende

Em 1865 ampliou-se ainda mais com a abertura do Salão O Porvenir, de Manuel Espanhol, na travessa do Paraíba n. 5, no bairro Lavapés, atual Rua Padre Manoel dos Anjos, para bailes. No carnaval menores de 14 anos e escravos não podiam entrar. No ano de 1881, no mesmo bairro, foi aberto outro salão O União Rezendense, que separava salas para folia: uma para a presença das famílias e outra para fantasiados e mascarados. Infidelidade: “Consta que maridos infiéis alternavam-se com as esposas nos salões das famílias e com as amantes nos salões das máscaras”. Comentário popular da época O União Rezendense foi erguido na área do atual Colégio Sagrado Coração, da querida Dona Antonina, que em 1970, foi enredo da campeã Escola de Samba Unidos do Manejo, comandada pelo saudoso Aloísio Honorato dos Santos (Lucas). Por volta de 1882, foi fundada a Sociedade Carnavalesca Mephistophes, por Henrique Fonseca (fundador do jornal o Tymburibá), iniciando com 349 sócios, bonitos cordões e carros alegóricos (carretas manuais). Dirigia as suas críticas às autoridades incompetentes, aos fazendeiros que maltratavam seus escravos, atitude talvez inspirada nas sociedades do Rio de Janeiro, que usavam parte das subvenções para comprar a liberdade de escravos. Era também alvo de críticas a Igreja Católica, por sua costumeira perseguição ao culto de São Benedito e outras manifestações dos negros. Apesar de perseguida, esta sociedade do Rio de Janeiro, que usavam parte das subvenções para comprar a liberdade de escravos. Apesar de perseguida, esta sociedade durou vários anos, serviu de modelo para criação de outras.
Além do moralismo exarcebado de certas camadas da população, uma das barreiras iniciais do carnaval em Resende foi a presença do Entrudo (veio para o Rio de Janeiro das ilhas dos Açores, por volta de 1723), brincadeira violenta de se jogar água suja e até objetos nas pessoas. Ação esta reprimida com rigor pela polícia, substituída anos depois pelo mais ameno limão-de-cheiro e pelas bisnagas, seguido pelo lendário Zé Pereira e, por último, o Rei Momo.

Um comentário:

  1. Muito bacana a memória cultural da cidade, porém tenho uma dúvida,eu conheço um dos filhos do sr. Lucas, e me parece que ele é um dos fundadores da "Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Nova Liberdade e no texto retrata a Unidos do Manejo. Gostaria de dizer que a memória cultural de uma cidade é muito importante , pois nos transporta a momentos especiais, parabéns.

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