sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Maria Benedita Gonçalves Martins - O Adeus...

A grande festa de 1877, com sorvete, flauta de Joaquim Antonio Callado e orquestra, ao que tudo indica, foi a última a que Maria Benedita emprestou o seu brilho pessoal. Quatro anos depois ela faleceu, vítima de “insulto apopléctico”, uma complicação cardíaca, conforme a notícia do Jornal Itatiaya de abril de 1881: “Passamento: Sepultou-se no domingo último, o cadáver da Exma. Senhora D. Maria Benedita Gonçalves Martins, abastada proprietária, e fazendeira entre nós. Sucumbiu vitima de um insulto apopléctico e em avançada idade. Deixou vivos três filhos, importantes fazendeiros. Era uma senhora digna de todas as considerações sociais, pelas suas virtudes, e sobretudo pela sua alma generosa, sempre pronta em trazer socorro ao pobre e ao desamparado da fortuna. Era esmoler em extremo e quer nas fazendas, quer na cidade, era considerada como a alma benfazeja, a mãe da pobreza. Mãe exemplar, sacrificava-se pelo amor dos filhos, e de coração nobre e generoso estendia sempre a mão benfazeja, procurando auxiliar com donativos fora do comum a quantos necessitados imploravam a sua proteção. À cidade prestou benefícios reais, contribuindo sempre com seus capitais para os seus melhoramentos materiais, e à Igreja sempre a sua mão foi farta para dar-lhe esmola. Quantos a conheceram de perto, sentem hoje sua falta. Pranteam-na, pois, com justa razão seus filhos, seus amigos, à pobreza, até seus escravos. A terra lhe seja leve, e abram-se-lhe de par em par as portas douradas a bem-aventurança.” A família pôs anúncio para a missa do sétimo dia, com o título “Orai por ela”: “Tito Lívio Martins e sua esposa, Antonio Augusto Martins, José Ribeiro de Andrade e esposa, agradecem cordialmente a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar ao seu último jazigo a sua muito prezada e sempre chorada mãe e sogra D. Maria Benedita Gonçalves Martins, e de novo rogam a seus parentes e às pessoas da sua amizade, e às da finada, o caridoso obséquio de assistirem à missa do 7o dia, que será celebrada hoje, sábado, 23 do corrente, ás 10 horas da manhã, na Igreja Matriz, e por mais este ato de religião desde já se confessam gratos.” No livro de Registro de Sepultamentos, ano de 1881, guardado no Arquivo Histórico do Município de Resende, pode-se ler: “Sepultou-se Dona Maria Benedita Gonçalves Martins, branca, com 72 anos, viúva do falecido Joaquim Martins, natural de Resende, faleceu ontem à 1 hora da madrugada de derramamento cerebral. Atestado do médico Dr. Gustavo Gomes Jardim. Sepultada no subterrâneo de sua família, na segunda campa, do fundo direito, registro número 3991. foi sepultada em caixão, valor da taxa paga 5$000.”
Foto: Mausoléu de Maria Benedita Gonçalves Martins, primeiro túmulo de mármore construído no Cemitério Senhor dos Passos, no municipío de Resende, a "Rainha do Café" mandou construi-lo para servir de última morada de seu marido Joaquim Martins.
É importante ressaltar que após a construção desse mausoléu impulsionou-se o mercado de mármore e marmoristas que construíram outros túmulos não só no cemitério local como em outros da região.

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